Sumário: Arquitectura Manuelina - Desenvolvimento
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Igreja
Matriz de Elvas
A igreja matriz de Elvas tem uma fachada com aspecto de torre militar, tem ameias e merlões no topo do edifício.
Relativamente ao portal, é tipicamente manuelino ou do Gótico
flamejante.
Aqui é perceptivel que o arco ogival tem tendência para
desaparecer dando lugar a arcos mais elaborados.
O arco trilobado foi muito
utilizado no Gótico flamejante por toda a Europa. (arco lateral).
Este arco Gótico não tem nada de diferente
em relação àquilo que se construía na Europa, a única diferença reside na sua
decoração: motivos com algas, cordas, balas de canhão, ancoras, etc. –
decoração manuelina relacionada com os descobrimentos.
No interior do edifício existe um muro
divisório entre naves com janelas no topo.
É um edifício
totalmente abobadado de carácter muito abatido, sendo que a zona central é quase recta, existe uma tendência para o abatimento total da abóbada.
Igreja
Matriz do Alvito (perto de Beja)
É um edifício de carácter fortificado e aspecto
robusto, tem contrafortes de aspecto rude com bocas de
canhão no topo e terminações cónicas.
Este edificio tem uma relação directa com os descobrimentos no seu sentido simbólico com elementos militares.
O edifício tem três naves à mesma altura e a abóbada é practicamente recta, é uma anunciar claro do aparecimento da igreja salão como tipologia.
Igreja
Matriz de Moura
Existe uma tendência para a simplificação deste tipo
de edifícios.
É uma Igreja salão à portuguesa, onde há uma leitura
global do espaço, em que se consegue ver a quase totalidade das abóbadas das
três naves.
Aqui esta a grande diferença do edifício
manuelino: apreensão global e unitária nesta diferente leitura do espaço.
Igreja
Matriz de Pavia (Alentejo)
Este edificio sofreu alterações
no exterior, como é possivel identificar na fachada.
Característica de muitos dos edifícios deste período são os contrafortes laterais cilíndricos, também presentes aqui na igreja matriz de Pavia.
No interior do edifício não existem muros divisórios entre naves, o que permite uma leitura total do espaço. Os
pilares e os arcos passam a ser os únicos elementos que fazem a divisão entre as naves. As
naves laterais são muito estreitas em relação à central, o que, neste caso,
contraria se certo modo essa continuidade.
Igreja
Matriz de Jesus (Setúbal, final do séc. XV)
Igreja projectada pelo arquitecto espanhol Diogo De Boitaca, também projectista dos Jerónimos.
Intencionalmente o arquitecto concebe a Igreja de Jesus como um estudo para os Jerónimos, pela
sua espacialidade e decoração.
É uma igreja
salão, com três naves à mesma altura, sem paredes divisórias. Os
suportes são muito trabalhados, conferindo-lhes um carácter de leveza,
atenuando o papel de suporte e força estrutural, dando assim a sensação de que
estão pendurados no tecto.
Igreja
dos Jerónimos
Igreja iniciada no princípio do séc. XVI, constituída em diferentes fases,
segundo a evolução do tempo: 1º construíu-se a igreja e torres sineiras, depois
construiu-se o prolongamento a nascente, muito fechado e volumétrico. Só por
volta do séc. XIX é que se fez o grande corpo horizontal de módulo de fachada
repetido de arco e janela.
É um edifício simbólico, embora tenha sido
feito com a intenção de albergar o túmulo de D. Manuel I.
O posicionamento do edifício junto ao rio reforça a
sua relação com os descobrimentos.
Edifício em planta
em Cruz latina, com três naves à mesma altura, sendo o exemplo maior da tipologia igreja salão.
No interior da igreja não
há arcos separadores entre as naves, havendo uma única abóbada na cobertura,
constituída por enumeros arcos, trata-se de um sistema muito complexo que permite uma abóbada
muito abatida, existente apenas em Portugal. A
abóbada faz a descarga na parede segundo uma técnica construtiva exemplar, em que
os
pilares, embora sejam muito fortes, são trabalhados de modo a ter uma imagem
contrária, ou seja, são esculpidos dando a sensação de leveza do elemento estrutural. A
abóbada do transepto é mais complexa que a abóbada das naves, uma vez que é
constituída por arcos de espessuras diferentes.
Igreja
de Arronches (Perto de Estremoz)
O edifício sofreu muitas alterações. Construido sobre o mesmo esquema da igreja dos
Jerónimos, igreja salão.
Os arcos de abóbada passam de uma nave
para a outra sem qualquer interrupção, tornando a abóbada muito abatida.
Ermida
de Sto. Cristo do Restelo
É um pequeno edifício de uma só nave e capela-mor, com pináculos pontiagudos
em pirâmide na cobertura.
Sistema de cobertura de abóbada abatida
tipicamente do Manuelino. Os fechos são marcados pelos emblemas de D. Manuel:
brasão e esfera armilar.
Igreja
em Beja
É uma pequena construção com uma única nave com cobertura em abóbada.
É semelhante ao edifício de S. Brás, em
Évora, mas a uma escala muito menor.
Igreja
de S. Sebastião (em Alvito)
É um edifício de pequenas dimensões com contrafortes cilíndricos com terminação
cónica e presença de duas bocas de canhão.
No interior tem o sistema construtivo em abóbada aplicado nos Jerónimos: abóbada com cruzamento
de dois arcos abatidos.
No
século XVII a abóbada foi pintada com um fresco em que cada pano desta,
representa um anjo com um instrumento musical.
Janela
do Convento de Cristo (Tomar)
Ícone incontestável do Manuelino a janela do Convento de Cristo tem inúmeros elementos decorativos:
esferas armilares, brasão do Rei, cordas, conchas, algas, etc, caracteristicas únicas deste periodo. O seu simbolismo torna-se mais evidente através da figura de uma cabeça que é apertada por um nó de uma
corda, é uma clara referência às dificuldades e perigos que os navegadores portugueses passaram no mar.
Nesta época quase todas as famílias tinham
uma relação com os descobrimentos, através de um familiar ou amigo que fosse
navegador. Todos os elementos
decorativos desta época eram referências da prática dos descobrimentos.
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