sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Evolução da cidade medieval

17-Janeiro-2013
Sumário: Evolução da cidade medieval
.............................................................................................
Arquitectura Urbana - Burguesia Baixa / Média (tipica da cidade do séc. XIV, XV)
Antigo Bairro Medieval em Tarouca (Lamego)
http://www.snpcultura.org/tvb_guardiao_mosteiro_s_joao_tarouca.html

O antigo bairro medieval em Tarouca tinha ruas com cerca  de dois metros de largura, cruzando-se perpendicularmente com rigor.
Quanto aos edifícios, estes usufruíam de quatro andares, cujo pé-direito variava entre 1,5 a 1,6 m, adequado à altura das pessoas desta época, e de modo que fosse possível a construção de um maior numero de andares com a menor altura possível. Nestes edifícios o piso térreo estavam localizadas a cozinha e zonas de arrumos, e predominava a pedra como material.
Os restantes pisos eram em alvenaria e madeira, mas os edifícios burgueses mais ricos eram feitos totalmente em pedra.
Os pisos superiores destinavam-se às áreas limpas. Apenas tinham palha para as pessoas dormirem. Nestes pisos superiores faziam-se varandas de modo a aumentar a área existente. Estas moradias eram usualmente unifamiliares onde vivia toda a família tornando-se espaços sobrelotados.


Casa de Câmara (Viana do Castelo, séc. XV)

A fachada do edifício foi bastante alterada, principalmente no segundo piso.
Localiza-se numa praça, estabelecendo uma relação muito forte entre espaço urbano e arquitectónico. A praça é o centro da conversa, da política, e onde se realizavam os comícios.
O piso inferior era completamente aberto e piso superior existiam salas de reunião.
A utilização de ameias neste edifício é apenas decorativa sem qualquer alusão de defesa militar.

Torre de Portagem c/ ponte (Ucanha, perto de Lamego)
 O aumento substancial do comércio, possibilitou o aparecimento de mais acessibilidades, daí terem surgido estas pontes.
 Ucanha era uma zona de passagem muito importante entre Lamego e Tarouca, permitindo o acesso a Viseu e ao Porto.
Além da ponte servir para atravessar, serviu também como zona de segurança onde os comerciantes passavam a noite. Tinham de pagar um imposto aos senhores da terra que tinham construído a ponte, para permanecerem neste espaço.
A ponte tinha uma torre de portagem de controlo no seu inicio. Não era possível aceder a esta sem passar por baixo desta torre, pagando-se portagem para atravessar.
Ao lado da ponte foi construída uma azenha, tirando partido da segurança do local.
As pontes deste período eram normalmente elegantes, com uma verticalidade evidente, devido aos arcos góticos que elevavam o tabuleiro. Habitualmente tinham três arcos, sendo o central mais elevado.

EVOLUÇÃO DA CIDADE MEDIEVAL
A evolução da cidade desta época progrediu assente sobre o que resta da cidade romana, isto é, quando caiu o império romano algumas cidades desapareceram, outras mantiveram-se. Com a invasão dos Bárbaros as cidades diminuíram muito, devido a ataques, mortes e pilhagens.
Com este contexto, o homem organiza e adaptava a cidade antiga às suas necessidades, aproveitando alguns dos edifícios mais significativos.
A cidade romana era disciplinada segundo dois eixos principais, um de Norte para Sul (Cardus) e um de Oeste para Este (Decumanus). A cidade medieval, por vezes, adaptou estes eixos principais, assim como alguns edifícios.
http://iessonferrerdghaboix.blogspot.pt/2012/11/conceptos-de-historia-del-arte-d-l_15.html

Cidade de Guimarães

A cidade de Guimarães tem ruas de traça medieval, no cruzamento das duas ruas a principais está o centro da cidade, onde se encontra a praça e a igreja. Esta praça é simultaneamente religiosa e municipal, uma vez que de um lado está a igreja e do está a Câmara. Nota-se uma lógica organizacional desta cidade, mesmo sendo de carácter medieval. 

Aglomerado urbano de Marvão

Este aglomerado urbano tem uma muralha de carácter defensivo, com apenas duas entradas. A morfologia do terreno permitiu a construção de muralhas adossadas.
A malha urbana manteve-se exactamente igual à da época medieval, devendo-se ao posicionamento geográfico da cidade, uma vez que está situada num cume de uma colina, não é possível a expansão.
A estrutura urbana tem uma lógica de ocupação que se adapta à morfologia do terreno. As ruas seguem aquilo que a natureza permitia. As ruas principais atravessam todo o aglomerado urbano e a partir destas surgem as vias secundárias, perpendicularmente (estrutura de ‘espinha de peixe’). Uma das ruas principais tinha uma relação com o castelo, prolongando-se até este.
As ruas secundárias eram feitas de um modo escadeado, de modo a ligar as ruas principais a cotas distintas. Estas ruas têm cerca de 3 a 4 metros.
Relativamente aos edifícios, as casas mais antigas encontram-se encostadas à muralha, e possuem apenas um piso térreo por questões defensivas. A sua arquitectura teve poucas alterações ao longo do tempo.
No interior das muralhas da cidade, existiam, para além do castelo do senhor, uma igreja e um município, que se localizavam numa praça central, numa das ruas principais. Para além desta praça existia uma outra para o tribunal e para a prisão, esta praça estava localizada estrategicamente de modo a toda a população assistir à execução das sentenças.
O castelo, resguardado da entrada da cidade, tinha uma grande praça na sua envolvente. A cidade podia ser atacada mas o castelo não. Era nesta grande praça que as pessoas se refugiavam no caso da cidade ser atacada.

Aldeia de Monsaraz

A cidade desenvolve-se a partir do castelo do senhor, a planta do aglomerado urbano assemelha-se a duas espinhas de peixe lado a lado. Há uma lógica de ortogonalidade entre as ruas principais e as secundárias.
A rua principal é praticamente direita, e a meio desta existe uma praça destinada a todos os equipamentos públicos: igreja, tribunal, hospital e município. Embora houvesse uma só praça, os espaços de pertença de cada edifício estão bem demarcados.





























Sem comentários:

Enviar um comentário